
Diabetes e Doenças Vasculares: A Relação Silenciosa que Afeta o Coração, o Cérebro e as Pernas
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1 de setembro de 2025Você já sentiu que suas pernas são desproporcionais ao resto do corpo? Ou percebeu acúmulo de gordura, sensibilidade ao toque e até dor, mesmo fazendo dieta e exercícios regularmente? Se sim, você pode estar lidando com uma condição ainda pouco conhecida, mas que merece atenção: o lipedema.
Como médica cirurgiã vascular, atendo muitas mulheres que chegam ao consultório achando que têm apenas “gordura localizada” ou um “inchaço comum”. Mas o que enfrentam, na verdade, é uma doença crônica que vai muito além da estética. E quanto antes for identificada, melhor será a qualidade de vida.
Neste artigo, quero te explicar o que é o lipedema, como ele se manifesta e o que pode ser feito para aliviar os sintomas.

O que é lipedema?
O lipedema é uma doença crônica e progressiva que causa acúmulo anormal de gordura principalmente nas pernas, quadris e, em alguns casos, nos braços. Essa gordura tem características específicas:
É simétrica (afeta os dois lados do corpo igualmente);
É dolorosa ao toque ou à pressão;
Não melhora com dieta ou atividade física;
Pode causar sensação de peso, queimação ou cansaço;
Tende a piorar com o tempo.
Apesar de afetar quase exclusivamente mulheres, o lipedema ainda é subdiagnosticado e muitas vezes confundido com obesidade, celulite, retenção de líquidos ou até linfedema.
É importante dizer isso com todas as letras: lipedema é uma doença. Não tem a ver com sedentarismo, alimentação errada ou falta de força de vontade. Muitas pacientes sofrem por anos com dores e incômodos físicos e emocionais por não serem compreendidas — inclusive por profissionais de saúde.
Por isso, o diagnóstico correto é libertador. Ele permite traçar um plano de cuidados e, principalmente, tirar o peso da culpa que tantas mulheres carregam por algo que não está sob seu controle.
Quais são os sintomas mais comuns?
Pernas pesadas, doloridas e com acúmulo visível de gordura;
Sensibilidade extrema ao toque, até mesmo ao vestir roupas justas;
Hematomas fáceis (sem razão aparente);
Inchaço ao final do dia, que pode regredir à noite;
Desproporção entre tronco e membros inferiores;
Dificuldade de perda de gordura localizada, mesmo com dieta.
Com o tempo, o lipedema pode levar a quadros mais graves, como limitação de mobilidade e impacto psicológico (baixa autoestima, vergonha do corpo, ansiedade).
O que causa o lipedema?
Ainda não se sabe exatamente a causa, mas existem fatores hormonais e genéticos envolvidos. O lipedema costuma surgir ou se agravar em momentos de alteração hormonal, como:
Puberdade;
Gravidez;
Pós-parto;
Menopausa.
A hereditariedade também é forte: muitas pacientes têm histórico familiar semelhante.
Existe tratamento?
Sim, e quanto antes for iniciado, melhor será a resposta.
Os tratamentos mais comuns incluem:
Terapias físicas como drenagem linfática manual ou pressoterapia;
Uso de meias de compressão médica, com orientação adequada;
Atividades físicas leves, especialmente em água (como hidroginástica);
Alimentação anti-inflamatória, para controle dos sintomas;
Suporte psicológico, quando necessário.
Se você se identificou com os sintomas descritos aqui, o ideal é buscar avaliação com um(a) cirurgião(ã) vascular ou profissional que entenda da condição. O diagnóstico é clínico, ou seja, baseado na conversa e no exame físico. Não há um exame laboratorial específico para o lipedema, o que reforça a importância de procurar alguém com experiência no assunto.
Eu, Dra. Mônica Dias, estou aqui para acolher sua história com responsabilidade, escuta ativa e um plano de cuidados pensado para você. Agende sua consulta e vamos juntas transformar esse caminho de dor em um percurso de alívio, leveza e autoestima.